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Pandemia prejudica muito o transplante de córnea

Segundo o relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), houve uma redução de 210% em transplantes realizados em 2020, quando comparados com o ano anterior.

Quinta, 11 de março de 2021


O estrago na área da saúde decorrente da pandemia de coronavírus é maior do que se possa imaginar, e já incapacitou milhares de jovens brasileiros em 2020. Isso porque, segundo o relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), houve uma redução de 210% em transplantes realizados em 2020, quando comparados com o ano anterior. Pior: ainda segundo a associação, até o mês de setembro a fila de espera saltou de 10.825 em 2019 para 14.433 em 2020.

No Brasil, ressalta, o ceratocone responde por 70% dos transplantes. A doença em geral aparece na adolescência e progressivamente torna a córnea, lente externa do olho, mais fina e fraca, fazendo com que tome o formato de um cone. Esta alteração compromete bastante a visão, porque a luz penetra distorcida nos olhos e forma imagens desfocadas. Outros sintomas são: troca frequente do grau dos óculos, visão de halos noturnos, aversão à luz do sol, maior fadiga visual e olhos irritados.

Estudo

De acordo com um estudo divulgado no final de janeiro na publicação científica JAMA Ophthalmology da Associação Médica Americana (AMA), no acompanhamento de um grupo de 11 pessoas contaminadas pelo SARS-CoV-2, a córnea de 6 (55%) apresentou o RNA genômico do vírus. Quatro dessas mesmas córneas (67%) apresentaram RNA subgenômico. Por isso, a recomendação é evitar a captação de córneas para transplante de pessoas que tiveram Covid-19 ou recém contaminadas. Neste sentido, a pandemia pode aumentar ainda mais os casos de deficiência visual por conta da menor captação de córnea pelos bancos de olhos.

Tratamentos

O diagnóstico precoce só pode ser feito por tomografia, exame de imagem que analisa a face interna e externa da córnea. A única terapia que interrompe a evolução é o crosslinking, mas só pode ser aplicado em situações específicas.

Outro tratamento é o implante de anel intraestromal, que aplana a curvatura da córnea e por isso facilita a adaptação da lente de contato. Quanto maior a protuberância da córnea, maior o desconforto para usar as lentes de contato, única forma de corrigir a refração nos casos moderados e avançados da doença. Para estas pessoas, é mais indicado o uso de lente escleral que invés de se apoiar na córnea se apoia na esclera, parte branca do olho, e por isso é bastante confortável.

A medida mais importante nesse momento é alertar a população para que invistam na prevenção, com consulta médica periódica. Resta aos especialistas brasileiros realizarem os tratamentos com as ferramentas disponíveis, que já demostraram sua eficácia.

Fonte: Portal da Oftalmologia


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